O trem está prestes a partir, sua fumaça sobe até o céu e confunde-se com as nuvens de um jeito estonteante. Minhas coisas estão prontas, arrumadas em minha mala que parece ter o peso do mundo, difícil de carregar mas eu sei que vou dar conta de algum modo. Sim, eu darei conta, é algo que eu aprendi a cuidar e carregar para onde eu vou. Lá está os tecidos do meu passado, dobrados e guardados para caber mais naquela mala, já que sempre estou em movimento, mudando de lugares para sentir novas sensações.
"Remember all these walls I built? Baby they're tumblind down."
É hora de partir, deixar tudo para trás. Não quero olhar para trás, tem tantas coisas que poderiam me prender aqui! Tantas coisas que eu nem me importei em querer adquirir e levar comigo, só levo aquilo que me fará bem. Vou deixar aquele sentimento pra trás, vou deixar aquela casa que parece mais um campo de concentração, vou deixar o cinza e tudo mais que não vale mais a pena. Mas o que mais dói é não poder te levar comigo.
"I can see your halo."
Eu te vejo ali na estação, o mesmo olhar perdido que eu vi quando te conheci. O mesmo ar que eu por tanto tempo quis respirar, as mesmas roupas e palavras que você vestia para mim. Não posso te chamar pra sentar ao meu lado nessa mudança... Você está na estação dizendo até logo para outro alguém e não para mim. Nem ao menos me notou embarcando. E estou esperando esse trem partir pra talvez assim poder sentir você longe de mim.
terça-feira, 31 de março de 2009
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