quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Whatever works



Aquela sensação esquisita que tudo se encaixa no final me assombrou quando olhei para o passado e vi que nada estava fora do lugar como imaginei. Eu pensava que as minhas decepções serviriam somente como dor de cabeça para que eu passasse dias e dias me martirizando como se isso resolvesse alguma coisa, para que eu não conseguisse dormir somente de preocupação e fazer minhas olheiras crescerem como um rio transbordando em meu rosto.
Mas eu percebi que não é bem assim. Foi aquela desilusão em uma amizade que me fez conhecer a mim mesmo bem melhor do que eu jamais imaginava que conheceria, que me fez escolher uma certa reclusão à sair todas as noites com os colegas e cair em uma cilada pronta para mim - mais uma talvez. E foi também uma desilusão amorosa que me fez perceber que as pessoas merecem uma segunda chance e que eu sei exatamente o que procuro no outro. E também foi ela que me fez conhecer as pessoas que hoje eu chamo de melhores amigas que eu poderia encontrar.
Foi numa queda que me fez quebrar o dedo que conheci quem se tornaria minha namorada, num atraso de ônibus que acabei brigando com meus pais e me fez tomar coragem de sair de casa e conseguir um lugar próprio para morar. E todas essas tranqueiradas que acreditamos não influenciar em nossas vidas. Efeito borboleta, destino. Chame como quiser. As peças dessas engrenagens não são soltas, é só parar e analisar para ver que tudo está em seu devido lugar, mesmo que pareça que não.

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